Prefeitura impede abertura de "locadora de mulheres"
O anúncio da abertura de um bar onde funcionaria uma "locadora de mulheres", no município de Cajazeiras (480 quilômetros de João Pessoa, na Paraíba) foi alvo de muita polêmica e o projeto acabou abortado por falta de alvará da prefeitura. Com o repúdio de políticos, religiosos e parte de população, a prefeitura de Cajazeiras decidiu negar o pedido do alvará.
Contrariada, a dona do bar, a empresária Carla Simone Braga, que se chamaria "Brega e Chik", desistiu da ideia e agora se diz alvo de preconceito.
A inauguração da locadora estava marcada para a última sexta-feira (25), mas foi adiada por duas vezes devido à falta do alvará de funcionamento. Segundo Carla Simone, os clientes do bar receberiam, junto com o cardápio, um catálogo com nomes, perfis e telefones de mulheres. Com a repercussão, a proprietária trocou o nome "locadora de mulher" por "garotas vips"
A proprietária disse que não ofereceria quartos para os clientes. “Eles iriam receber o catálogo para escolher a mulher e depois iriam para um motel. Seria assim, mas infelizmente há muito preconceito na Paraíba”, disse Carla. Inicialmente, a locadora ofereceria mulheres de Pernambuco. “Também há interessadas de outros Estados, como Ceará, mas agora não adianta mais. Está tudo desfeito”, afirmou Carla, que agora se diz evangélica. “Depois dessa polêmica toda, me converti”,
O Ministério Público do Trabalho (MPT) solicitou a abertura de um inquérito policial à Polícia Civil para apurar a exploração de prostituição na locadora. “Apesar da legislação brasileira não proibir a autoprostituição voluntária de adultos, a exploração da prostituição em proveito de outras pessoas é considerada ato criminoso, conforme definido nos artigos 227 a 230 do Código Penal brasileiro”, disse o procurador-chefe do MPT, Eduardo Varandas.
Valéria Sinésio
Especial para o UOL Notícias
Em João Pessoa