Valéria Macedo quer providencias para por fim a crise entre a Polícia Civil e a Imprensa de Imperatriz
A deputada Valéria Macedo (PDT) ocupou a tribuna na manhã desta quinta-feira (4), para advertir que está ocorrendo um grave problema entre a imprensa de Imperatriz e a Polícia Civil do Maranhão.
Segundo ela, o problema iniciou-se há três meses, quando a imprensa, que cobre os fatos ocorridos na área policial, criticou de forma veemente as constantes fugas de presos, na Delegacia do Primeiro Distrito Policial, o chamado Plantão Central de Imperatriz.
Desde então, segundo a deputada, os jornalistas passaram a ser tratados com rispidez, chegando até a serem proibidos de adentrarem ao balcão do plantão, sendo obrigados a permanecer do outro lado da rua, para noticiar fatos policiais.
Valéria Macedo relatou que, recentemente, por ocasião da apresentação de um réu confesso de assassinato, inclusive do irmão do prefeito de Montes Altos, houve confusão pois o delegado Leonardo André Carvalho praticamente impediu o trabalho da imprensa, além de posteriormente se negar a dar informação sobre o caso.
“E dias depois esse mesmo delegado, de maneira totalmente imotivada, expulsou um repórter interino do Bandeira 2 da TV Difusora Sul, o Leo Costa, das dependências do Plantão Central. O que foi um verdadeiro abuso”, afirmou a deputada.
“A imprensa de Imperatriz é ordeira e não há motivo para a crise entre duas instituições que tem por objetivo cuidar do interesse da coletividade. O Estado Democrático de Direito em que vivemos, especialmente no momento em que vivemos uma ordem jurídica e democrática. A imprensa são os olhos da nação. A liberdade de imprensa não pode ser interditada nem mesmo pelo Presidente da República”, declarou Valéria Macedo.
Ela lembrou que, há cerca de uma semana, o deputado federal Chiquinho Escórcio e o presidente da Câmara de Imperatriz tentaram resolver a crise envolvendo jornalistas que cobrem as notícias policiais e delegados da Polícia Civil de Imperatriz. O delegado geral da Polícia Civil, Norton Ribeiro, esteve em Imperatriz e participou de reunião na Câmara Municipal com os delegados e o diretor regional da Polícia Civil, Francisco de Assis Ramos, ocasião em que foram tomadas medidas para que o acesso da imprensa ao Plantão Central fosse restabelecido.
Ainda assim, segundo a deputada Valéria Macedo, o delegado Leonardo André Carvalho, pivô da discórdia por ter expulsado o apresentador interino do Bandeira 2, Léo Costa, da TV Difusora, “resolveu intimidar os repórteres na abertura de procedimentos e solicitação de fitas de entrevistas e matérias policiais, coisas que nós consideramos inaceitáveis no Estado Democrático em que vivemos”.
Valéria Macedo citou o episódio em que a Dra. Carolina Cardoso assinou um ofício requisitando da Bandeirante local matéria veiculada em programa do repórter Fidelis Uchoa, da TV Band, “com ameaças de instauração de inquérito, para apurar suposta infração penal envolvendo o delegado Dr. Leonardo. A suposta infração penal cometida pelo jornalista Fidelis Uchoa teria sido o fato de este ter expressado em seu programa que o Delegado Leonardo no seu entendimento, no entendimento do repórter, teria agido com abuso de autoridade”.
Dirigentes do Sindicato dos Jornalistas e Radialistas, da Associação da Imprensa de Imperatriz e da Associação da Imprensa da Região Tocantina estiveram na manhã desta terça-feira, em busca de um advogado, e mantiveram contato com Marco Aurélio, esposo da deputada Valéria Macedo, que prometeu fazer a defesa dos comunicadores, caso estes venham a ser alvo de ações de justiça ou inquéritos perpetrados por membros da Polícia Civil.
A imprensa de Imperatriz, ressaltou Valéria Macedo, sempre se notabilizou por ser livre, por ser democrática, aberta e participativa na cobertura dos fatos e acontecimentos da cidade da região. “Não podemos aceitar que sejam colocadas amarras na imprensa de Imperatriz e na liberdade de expressão, pois isto não é compatível com o estágio da nossa democracia”.
Ao encerrar seu pronunciamento, a deputada Valéria Macedo fez um apelo solicitando ao Governo do Estado, notadamente ao secretário de Segurança Pública, Aluisio Mendes, e à governadora Roseana Sarney, que tomem providências urgentes, no sentido de pôr fim a esta crise entre a Polícia Civil e a imprensa de Imperatriz. (Agência Assembleia)