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Operação da Polícia Civil prende envolvidos em linchamento



Como resultado de uma operação desencadeada pela Polícia Civil, nesta quarta-feira (7), no município de Pedro do Rosário, oito pessoas foram detidas por envolvimento em um linchamento ocorrido contra dois homens suspeitos de homicídio. A ação policial teve intuito de dar cumprimento a 16 mandados de prisão preventiva expedidos pelo juiz da 2ª Vara da Comarca de Pinheiro, Júlio César Prazeres.

Os alvos dos mandados foram os envolvidos no linchamento dos irmãos Silvestre dos Santos Monteiro, conhecido como “Tronco” e Sebastião dos Santos Monteiro, o “Caçula”. Ambos eram suspeitos de latrocínio cometido contra Daniel Alves Silva, no dia 8 de maio deste ano, no Povoado Assentamento Marajá, em Pedro do Rosário, ocasião em que foi subtraída uma motocicleta da vítima.

Na oportunidade, Daniel Alves, que era bem quisto pela sociedade do município, foi morto e enterrado em uma cova rasa. Nos primeiros levantamentos investigativos feitos pela Polícia Civil chegou-se aos nomes dos irmãos Silvestre Monteiro e Sebastião Monteiro, que foram presos no dia 13 de maio e levados ao Destacamento Policial Militar da cidade.

Naquela ocasião, alguns populares ao terem conhecimento da prisão dos irmãos suspeitos de homicídio, se dirigiram ao Destacamento, depredaram o local, furaram os pneus das viaturas policiais para evitar a retirada dos dois presos, e ainda, abriram um buraco na cela por onde conseguiram atear fogo contra os irmãos.

Os dois saíram com os corpos em chamas da cela, ocasião em que foram mortos com golpes de facão, pauladas e pedradas por populares revoltosos. A cena toda foi filmada por testemunhas por meio de aparelhos celulares e por uma equipe de Televisão de Pinheiro. As cenas gravadas ajudaram na identificação das dezesseis pessoas envolvidas na ação.

Os presos foram identificados por: Edem Carlos Marque Sousa, conhecido por Edson Vigilante; Jenilson de Jesus Sena Correia, o “Careca”; João Paulo Gomes; Antonio Isaías Oliveira, o “Coroa”; Vagner Henrique Soares Serra, o “Pará”; Luís Carlos Diniz Melo, o “Luís do Lava Jato”; Márcio Henrique de Castro Gomes, o “Márcio da Tereza”; e José Francisco Pinheiro.

Os oitos foram apresentados na tarde desta quarta-feira (7), na Secretaria de Segurança Pública (SSP). “Não se pode fazer justiça com as próprias mãos. A sociedade não pode agir assim. Isso é trabalho do Estado”, afirmou o secretário de Estado de Segurança Pública, Aluísio Mendes. “Um crime não justifica outro. Ações como essa não colaboram com a legalidade de um estado de direito. Que isso sirva de caráter pedagógico para não acontecer mais”, disse.

Participaram da ação policial em Pedro do Rosário, policiais civis da Superintendência do Interior (SPCI); do Grupo Tático Aéreo (GTA); e equipes das Delegacias Regionais de Pinheiro, Cururupu, Guimarães e Mirinzal.

“O Estado está sempre envolvido nas investigações de crimes. Não é necessário que a população aja dessa maneira. Os dois indivíduos estavam em poder do Estado, presas. Precisamos sim, da ajuda da sociedade na prestação das informações, mas não em atos dessa natureza”, acrescentou a delegada geral de Polícia Civil, Maria Cristina de Menezes.

A Polícia Civil ainda investiga o paradeiro das outras oito pessoas identificadas nas imagens do delito de Pedro do Rosário. As oito detidas serão indiciadas por homicídio qualificado e dano ao patrimônio público. Todas foram encaminhadas ao Centro de Triagem de Pedrinhas.