Esfera que caiu do céu no Maranhão deve ser resto de foguete francês
Aliny Gama
Do UOL, em Maceió
Os cientistas brasileiros pretendem investigar um objeto metálico de aproximadamente 30 quilos e 1 metro de diâmetro que moradores relataram ter caído do céu na zona rural do município de Anapurus (MA), a 275 km de São Luis. A esfera metálica veio ao chão por volta das 6h da quarta-feira (22) e assustou os moradores do povoado Riacho dos Poços, a 15 km do centro da cidade.
A queda de objetos, provavelmente do foguete francês Ariane 4, já era prevista pela entidade americana Center For Orbital and Reentry Debris Studies. Segundo o site do órgão, a previsão era de que um objeto do foguete reentrasse na Terra às 7h22 do dia 22, com a diferença de três horas a mais ou a menos – ou seja, pouco mais de uma hora do relato dos moradores.
De acordo com o professor da Universidade Federal de São Carlos, astrofísico Gustavo Rojas, apenas uma análise vai determinar exatamente o que é a peça que caiu no Maranhão. Porém, como um objeto similar do foguete Ariane 4 já caiu em Uganda, em 2002, é uma forte hipótese levada em conta pelo cientista.
“Uma identificação definitiva só pode ser feita após a análise do objeto. Contudo, é muito provável que seja o reservatório de Hélio do terceiro estágio de um foguete Ariane 4, lançado em 1997. Sua reentrada na atmosfera estava prevista para a manhã do dia 22, de acordo com o Center for Orbital and Reentry Debris Studies”, explicou.
Apesar de se tratar de lixo espacial, Rojas afirmou que pelas imagens que viu do objeto ele não contém material radioativo. “Porém, é importante salientar que é sempre prudente evitar tocar nesses objetos até que as autoridades locais sejam alertadas e a natureza do objeto identificada.”
Grande parte da população está assustada com a queda e teme que ocorra outra queda e aconteça um acidente com vítimas, mas Rojas orienta que a possibilidade de uma pessoa ser atingida por um lixo espacial “é muito menor que a de sofrer qualquer outro tipo de acidente cotidiano.”
“O medo é infundado. Estima-se que a chance de isso acontecer seja de 1 em 1 trilhão, enquanto por exemplo a de ser atingido por um raio é de 1 em 1 milhão. Em 50 anos de exploração espacial ma