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Superintendente da Defesa Civil de Imperatriz ameaça famílias no Bom Jesus



A denúncia partiu do Presidente da Associação dos Sem-Tetos do Setor Universitário no Bairro Bom Jesus, Everaldo Muniz. De acordo com ele, na última quarta-feira,  as famílias  que reivindicam  a  área de 57 hectares  para fins de moradia receberam a visita do Superintendente  da Defesa Civil de Imperatriz, Francisco das Chagas que teria feito ameaças  caso não deixassem  o local. “Ele nos chamou de vagabundos,  moleques,  que não temos o que fazer e que da próxima vez vai trazer a polícia e os tratores para nos retirar de qualquer jeito”, denunciou Everaldo Muniz  revoltado com  o tratamento dispensado pelo Superintendente de Defesa Civil do município. “De forma arbitrária, o Superintendente se colocou no papel de judiciário,  de  polícia para nos intimidar e ameaçar com a justificativa de  representar os interesses da prefeitura municipal de Imperatriz”.


Everaldo Muniz informou que registrou  Boletim de Ocorrência no Terceiro Distrito Policial e que o advogado da Associação tomará as providências necessárias sobre a atitude do Superintendente de Defesa Civil de Imperatriz. “Francisco das Chagas deve responder por aquilo que prometeu fazer  às famílias caso não deixem imediatamente o local”,  concluiu

Entenda o caso 

As mais de 800 famílias ocuparam a área de 57 hectares próxima ao setor universitário há seis meses. Segundo Erivaldo Muniz, antes o local servia para abrigar produtos oriundos de furto e roubo como chassis de carros, peças de veículos e favorecia o aumento da criminalidade.   “Assaltos eram registrados com freqüência  e até cadáveres foram encontrados na área que pertence ao município, completamente abandonada”, revelou o presidente da Associação dos sem-tetos  do Setor Universitário. 


Recentemente o Juiz da  Vara da Fazenda, Joaquim da Silva Filho expediu uma liminar de Reintegração de Posse em favor do município.  A Assessoria Jurídica do movimento contestou a decisão judicial alegando que as famílias não haviam sido ouvidas e sim os representantes de um movimento  diferente.


A associação aguarda uma decisão da justiça, mas em  virtude do último episódio, o advogado do movimento informou que  medidas jurídicas serão tomadas em São Luís para inverter a Liminar de Reintegração de Posse em desfavor das famílias. “A situação de ameaça e intimidação nos obriga a tomar medidas para evitar que o direito  legítimo à moradia seja negado a estas famílias e que as mesmas também venham a ficar em situação de risco à integridade física”.

Segundo o Vereador Professor Adonilson que acompanha o desenrolar da situação desde o início do movimento,  a luta por moradia é um direito legítimo e  assegurado na constituição. “Não são os meios truculentos que irão impedir um direito  legítimo conquistado pelas  reivindicações  democráticas”,  ressaltou o vereador  acrescentando que trabalha para intermediar uma solução que atenda aos interesses dos que mais  precisam da efetividade das políticas públicas no município.  (Mozart Magalhães / Gabinete).