Em entrevistas vereadora Claudia Batista fala da importância do Projeto de Lei Pobreza Menstrual
Notícia da Foto 07/07/2021
Na segunda-feira (05), a vereadora Claudia Batista concedeu duas entrevistas, uma para a Rádio FM Cidade Esperança, a outra para a Rádio Imperial FM. Durante as entrevistas a parlamentar falou sobre os desafios do primeiro semestre de mandato e esclareceu dúvidas sobre a importância do Projeto de Lei Pobreza Menstrual. O PL, será voltado para adolescentes e jovens meninas da rede municipal de ensino no município de Imperatriz. De acordo com dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em todo o mundo, uma em cada dez meninas deixa de frequentar a escola no período em que estão menstruadas. No Brasil, uma em cada quatro meninas deixa de ir às aulas durante a menstruação. Pobreza menstrual é um tema que envolve desde a falta de acesso a itens básicos necessários para a higiene, como, por exemplo, acesso à água canalizada, saneamento básico, e indo até a falta de condição financeira de comprar absorvente, item necessário para o conforto da mulher durante a menstruação. Por mais chocante que pareça, existem casos de meninas que usam papelão, papel higiênico e até miolo de pão, como meio de conter o fluxo menstrual.
Um estudo feito pelo Unicef, intitulado “Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos”, mostra dados preocupantes: 713 mil meninas vivem sem banheiro ou chuveiro em casa. 900 mil não tem acesso a água canalizada em seus domicílios, e 6,5 milhões não possuem rede de esgoto em casa, 4 milhões de meninas tem pelo menos uma privação de higiene nas escolas, como falta de absorventes e acesso a banheiro com sabonete.
A primeira menstruação costuma acontecer por volta dos 12 anos de idade, nesse tempo essas meninas são sustentadas por suas famílias, que muitas das vezes veem a situação como não sendo uma prioridade, pois comprar por mês esses produtos afetam no orçamento limitado das famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social. O estudo do Unicef, enfatiza ainda que o Maranhão com (4,80%), é um dos estados com maior percentual quanto ao total desatendimento mínimo de itens para a higiene pessoal nas escolas. A situação é motivo de alerta, aponta outro dado, quase 90% das meninas passarão de 3 a 7 anos da vida escolar menstruando, como consequência a pobreza menstrual, pode levar a ausência nas escolas durante esse tempo ou até mesmo o abandono escolar.
Para combater esses dados preocupantes a vereadora Claudia Batista vê a questão como prioridade. A parlamentar relembra que o tema quando apresentado como Projeto de Lei, envolveu comentários machistas, “Ouvimos comentários com críticas do tipo, agora a câmara vai distribuir absorventes. Não é apenas distribuir absorventes. Como já foi discutido o tema envolve muito mais que isso? Combater esse tipo de pensamento é o que eu procuro fazer também com esse projeto. Imagine um pai ter que escolher entre um quilo de alimento e o pacote de absorvente! O que ele vai levar para casa? Imagine que esse pai tenha 5 filhas e ainda a esposa em casa? Ouvi muita gente falando em deixar para lá esses comentários, mas eu não me calo, decidi falar, em nome de muitas mulheres e meninas que passam por situações desse tipo diariamente. Então para quem realmente nunca viveu isso, tratou o assunto com banalidade e usou de forma pejorativa para falar de um tema tão sério. Já conversamos com o secretário de educação, com a SEDES para ver a melhor maneira desenvolver o projeto”. Finaliza a vereadora.
(Ascom Gabinete)